quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Os dois


Eram dois desconhecidos, se viram uma vez em uma situação inusitada, durante uma garoa no interior de São Paulo de um sábado frio do mês de outubro... 

A princípio nada demais, apenas cada um trilhando seu caminho, ela pelo meio do pátio, ele descendo a ladeira que subia até os aposentos, pequenas construções coloridas que alegravam o ambiente verde. 

Depois daquele episódio nada mais soubemos deles, ela foi para casa, ele deve ter ido também... Ambos seguiram caminhos diferentes. 

Dias depois que surpresa ao encontrá-lo por acaso em uma rede social, mandar mensagem? Adicionar? Oh céus... Devo esperar? 

Depois de tanto pensar resolveu adicionar... Queria sim uma amizade iniciar... Foi bom, foi uma ótima ideia, sorriam de tudo, conversavam, eram verdadeiros amigos virtuais. 

Ela o escutava, ele a informava, poderia ter ficado assim por muito tempo apenas compartilhando a boa camaradagem entre eles estabelecida pela internet. Eram engraçados, concordavam com algumas coisas, com outras nem tanto. Passavam longas horas conversando, apenas se conhecendo e conhecendo as qualidades similares... Neste quesito nem tanto, enquanto ela conversava e tentava ajudar e dar bons conselhos, ele por sua vez não estava tão disposto a prestar tanta atenção, a mulherada era seu ponto fraco, enquanto com uma mão digitava as respostas com a outra curtia inúmeras garotas, podia estar solteiro, porém seus contatos eram sempre recentes e numerosos... 

Ela chateou-se... Por quê? Não devia eram apenas amigos, amigos virtuais e nada mais, não existia espaço para algo, além disso, era engraçada e divertida virtualmente. 

Começou a esperar ansiosa pelo horário que antecedia a entrada dele no tal site fabuloso que ao mesmo tempo em que a alegrava a entristecia também com tantas curtidas desferidas por ele.

Aguentou o quanto pode afinal de contas ele era bonito, cabelo bem cortado e perfume exalando... 

O tempo foi passando, continuavam a conversar virtualmente, porém algo foi nascendo, tomando forma, crescendo e quando ela percebeu já não dava mais para parar, mesmo compreendendo que era burrice saber das consequências ainda assim estava se apegando. Sabia que nem tudo o que queremos é o que precisamos e que sempre que houver escolhas haverá dúvidas... 

Lutou com o seu próprio eu, não queria admitir que estivesse gostando dele, afinal de contas ultimamente suas conversas não estavam mais assim tão animadoras, eram assuntos de amigas e conhecidas e curtidas e listas que não tinham mais fim. 

Mesmo assim a pobre coitada que se empenhava em tentar colocar um pouco de juízo dentro daquele ser perdia as forças quando no meio de uma conversa e uma demora na resposta aparecia no status para todos verem a curtida da próxima gata da parada. 

Mesmo percebendo que estava definitivamente interessada nele e que ele estava interessado nas outras ainda assim tentou criar alguma expectativa... Em vão! 

Então, percebeu que mesmo depois de tantos anos sem ninguém, encontrar alguém decente e bem intencionado é coisa para poucos, que não adiantava ser uma boa ouvinte que mesmo assim ele nunca se interessaria por ela... Logo se enchendo de tristeza e solidão novamente voltou para sua ostra e apenas acalentou um início de algo mais que ela sempre teve medo de tentar e nem chegou a experimentar...



terça-feira, 13 de novembro de 2012

E se...


Nem sempre é bom tentar mudar uma situação, na maioria das vezes do jeito que estava era melhor do que a situação atual.

Para que tentar fazer algo que está além de suas forças...

Viver só não é tão ruim quanto parece conhecer pessoas também faz parte da vida, mas e se ao invés de conhecê-las nós simplesmente as ignorássemos?

Ignorar no sentido de não se envolver, de não se afeiçoar, se apegar...

Conhecer não é de todo ruim... É muito bom, faz parte da vida, nos mostra que estamos vivos, mas por outro lado, não podemos simplesmente nos apegar... Geralmente a outra parte não se apega e isto é o grande problema...

E se ao invés de sofrermos por coisas infundadas, coisas criadas por nossa mente solitária, nós fingíssemos que continuamos bem? Que nossa mente não criou nada e que continuamos na ostricidade?

Tudo seria mais claro, mais fácil, mais simples...

Hoje a confusão tomou conta de mim, não apenas hoje e sim algum tempo ela vive me perseguindo...

São detalhes, coisas mínimas que tenho percebido e hoje não pude deixar de entender de fato o significado.

Preciso ser forte e voltar para dentro do casulo... É mais fácil se esconder do que aceitar e encarar... O medo de se machucar é muito grande...

Enfim... E se tudo isso não tivesse acontecido?

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Jogo da Vida


Vou te convidar para participar de uma partida, não de um simples jogo e sim o jogo da vida.

Antes de começar precisa conhecer as regras, são básicas, porém fundamentais para um bom desempenho, para se alcançar êxito.

No decorrer do jogo é provável que aconteçam coisas no meio do caminho, talvez você tenha que voltar ao início inúmeras vezes, pode ser que consiga avançar logo para o final, mas isto dependerá muito da sua postura e relação ao que almeja de fato.

Palavras, gestos, conquistas tudo faz parte. É um jogo abrangente, quase tudo é permitido, só precisa ter cuidado com o retorno, mas isso não tem como evitar e sim amenizar.

Algumas etapas são difíceis, exigem estratégias, técnicas e até perdas, mas no fim será recompensador.

A duração varia muito, alguns chegam ao final rapidamente, outros levam anos, contudo acertando ou não o importante é chegar e esperar que se tenha alcançado parte daquilo tudo que foi idealizado no início, para que a decepção não seja grande demais e sim um aprendizado fabuloso.

Alguns jogadores ao longo do caminho se perdem, buscam algo impossível de se conquistar, falham, vagam, esquecem o intuito do jogo e assim como se nada disso tudo fosse mutável saem de circulação deixando apenas lembranças e buracos por onde passou.

Os mais afoitos apontam na linha de chegada com uma rapidez espantosa, mas ao olhar para trás percebem que deixaram todas as recompensas escondidas, esquecidas. Seu único intuito era apenas o de chegar primeiro e não de aprender e prosseguir com eficácia.

Nem sempre os retardatários serão os felizardos, porém possuem uma grande chance de conseguir o prêmio já que são mais lentos e observam melhor tudo o que está a sua volta.

Feliz o que consegue cumprir todas as tarefas, realizar todas as etapas e seguir todas as regras, não que este seja o vencedor, mas terá conseguido experiência, paciência, responsabilidade, e acima de tudo terá conseguido chegar até o fim do jogo com a consciência de dever cumprido.

E agora... Pronto para começar a jogar?



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Conhecer alguém...

Já reparou que assim que conhecemos alguém começamos a fantasiar inúmeras coisas? Sim e quando falo em inúmeras quero dizer um monte de coisas mesmo. 

Para quem está de fora, não passam de coisas tolas e sem importância, porém os envolvidos sempre acharão divertido e especial. 

Não é difícil não sinalizar estes sinais, eles são explícitos e qualquer um que prestar a atenção devida entenderá na hora este jogo de palavras. 

Não obstante, alguns tentarão desviar sua atenção do foco, é aí que precisa ser forte e de uma maneira sensata reverter à situação a seu favor.

Precisamos manter os pés no chão e não nos abismarmos com o outro objeto de nosso atual conhecimento... De vez em quando ao descobrirmos um pouco mais acabamos passando de uma boa admiração para uma triste decepção... 

Nem tudo que reluz é ouro, incrustado nele pode haver uma pequena ou grande falta de autenticidade é aí que mora o perigo. 

Conhecer é muito difícil e quase sempre doloroso. Doloroso por que no auge das descobertas acabamos nos deparando com situações embaraçosas e pouco confortáveis. É muito difícil aceitar alguns costumes. 

Mais difícil ainda, é depois de experimentar por pouco tempo que seja a energia do outro e perceber que de certa forma são completamente incompatíveis. Que tudo aquilo que imaginou não passou apenas de fantasia e que mesmo depois de deixar para trás algo que o faria infeliz notar que esta mesma infelicidade já se apoderou de você e que mesmo ignorando-a sua vida não será mais igual como no começo antes de conhecer o objeto em questão.