quinta-feira, 30 de julho de 2015

5 perguntinhas para Fml Pepper

Primeiramente, é um prazer enorme conversar com você, quero parabenizar o livro, fiquei presa do início ao fim e acabei lendo em uma semana rs... Eu teria terminado antes, mas estou com uma pilha de exemplares em minha mesa, um na bolsa e vários no celular, então preciso de vez em quando priorizar alguns rs... Fiquei muito feliz quando Fml Pepper aceitou de bom grado responder cinco curiosidades sobre o livro para o blog, então vamos dar uma olhadinha!

1 - Como surgiu a idéia de dimensões paralelas, o que a levou a mergulhar fundo neste assunto? Tem alguma mensagem religiosa ou espiritual por trás de "Não Pare!"?

Apesar da trama trazer uma passagem muito marcante no final da trilogia, a intenção era que fosse uma mensagem de vida e para a vida, nunca para a morte. A "morte" na trama foi personificada de várias formas, simbolicamente ou não. E, desta forma, quando criei as dimensões paralelas, apenas quis criar um "mundo" que coexiste paralelamente ao nosso e que não tivéssemos ciência: no caso, o plano da morte. Apesar de não possuir uma conotação religiosa, acredito que a criação desta dimensão em NÃO PARE! tenha sido uma resposta inconsciente para uma pergunta que permeia a mente de todos os seres humanos: Será que realmente estamos sós no universo?

A MORTE é um personagem que tem existência própria e como tal pensei que deveria possuir um mundo só seu. Este mundo coexistia com o nosso e a ceifeira teria uma "vida" paralela a nossa. Este mundo foi criado por uma maldição e somente alguém que surgisse de uma lenda poderia fazer este universo paralelo deixar de ser amaldiçoado.

2 - A alavanca para o seu sucesso foi a autopublicação na Amazon (Amazon.com.br). Quanto tempo depois de publicar seu filhote de páginas levou para você perceber que as pessoas amavam seus livros? Quanto tempo durou o processo inspiração, desenvolvimento e concretização?

Foi muito rápido. Pouco tempo depois de publicar Não Pare! comecei a receber mensagens emocionadas de leitores de todo o Brasil. No início estranhei o fato delas chegarem, em sua maioria, de madrugada. E isso continua até hoje! Então descobri o motivo: os leitores ficavam tão empolgados com a trama que não conseguiam interromper a leitura e entravam noite adentro pelas páginas até que, ao final, estavam tão agitados que tinham que falar comigo quase que imediatamente, ou seja, de madrugada! Kkk

Comecei a escrever quando descobri que estava grávida e meu médico alertou que seria uma gravidez de risco e que teria que ficar os nove meses na cama se quisesse ter o bebê em meus braços. Então comecei a ler e escrever para passar o tempo e não entrar em depressão e acabei me apaixonando. Costumo dizer que ao término da gestação eu tive dois bebês: o meu menininho e o amor pela literatura. Acredito que levei algo em torno de um ano para o esboço do primeiro livro ficar pronto, mas demorei aproximadamente quatro anos para finalizar a trilogia.

3 - Ainda curiosa com o mundo novo que você apresentou para tantas pessoas, inclusive para mim, como foi criar aqueles nomes difíceis e complicados de pronunciar? Tudo saiu de sua imaginação, ou, teve algum estalo sonhando, vendo ou lendo?

Os nomes foram todos criados na base da pura imaginação. Eu ia misturando pedaços de palavras (em outras línguas) e via se o resultado sonoro ficava legal. A partir daí eu colocava-os em um formato que fosse compatível com a língua portuguesa.

4 - Sinceramente, eu não gosto muito de histórias medievais, elfos, fadas... Você trouxe este lado mágico (que gosto) para uma trama totalmente nova. São de dimensões paralelas, mas são humanos. São "assassinos" e ao mesmo tempo são emissários. Possuem o poder de tirar a vida e ao mesmo tempo é a própria morte... Dá para deixar qualquer um interessado neste jogo que criou com tanta maestria. Afinal, existe algo de não humano em Richard e sua gente?

A crença de milênios que que os rege e sua criação. Assim, apesar dos zirquinianos não serem humanos e, em sua maioria desconhecerem os bons sentimentos em seu estado mais avançado (e puro), o livro deixou claro o ponto em sou convicta: que somos produtos do nosso meio. Desta forma, apesar deles agirem e afirmarem ser insensíveis do ponto de vista físico e emocional, deixei claro ao leitor que o lado psicológico dos personagens, em especial os principais, pode ser muito parecido com o nosso se fossem apresentado a outros sentimentos que não apenas os ruins.

5 - "Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo" (Leonardo da Vinci)
Lagárticos e verticais fiquei imaginando como seriam levemente amarelados? Cheguei mesmo a pensar que ela fosse uma espécie de animal, que seu pai fosse um animal talvez (lagarto, víbora) depois entendi o motivo das "pupilas com defeito". Como surgiu a idéia de pupilas tão expressivas? Como surgiu a idéia de um amor impossível da morte com a sua presa? Imaginamos a morte com um capuz negro num cavalo com uma foice como na última parte do livro, porém nunca nos passou pela cabeça que talvez ela fosse linda como um deus grego. Ainda encafifada, a dúvida é: esta espécie é realmente humana?

A idéia surgiu quando eu lia o livro "A menina que roubava livros", de Markus Zusak, e que era narrado pela morte. à medida que ela ia contando a história, eu ficava imaginando como seria se a própria ceifeira tivesse sentimentos... Então a idéia da "morte" se apaixonar pela pessoa que ela teria que matar começou a latejar em minha mente. A partir daí, os desdobramentos da história surgiram natural e progressivamente. A beleza da morte (Richard) seria para fomentar a dúvida em Nina( e no leitor) para a pergunta: como ele pode ser a morte se é tão belo? Os livros retratam o belo como confiável e nem sempre isso é a verdade...

E não! A espécie zirquiniana não é humana. Seria, de uma forma figurada, uma raça amaldiçoada e sem estágio evolutivo anterior ao nosso.

OBS: Adorei o nome, achei bem misterioso Fml Pepper, teria algum significado? Rs...

Como além de escritora, eu também sou dentista ([e sério!!! Rssrsr) e tenho mais trabalhos publicados na área odontológica. Assim quando os primeiros leitores foram no Google saber um pouco mais sobre mim, acabavam encontrando apenas artigos dobre Odontologia e isso gerava a maior confusão. Então, para acabar com essa confusão, resolvi que deveria ter um pseudônimo para a literatura então não tive dúvidas qual seria "Pepper"! Como meu sobrenome é Pimentel, "Peper" (pimenta em inglês) foi o apelido carinhoso que meus alunos me deram durante muitos anos enquanto eu ainda era professora de inglês para crianças. O que fiz foi apenas acrescentar as minhas iniciais. E assim surgia a FML Pepper. J

Muito obrigada por disponibilizar seu tempo! Logo mais, farei mais resumos 😉 já estou no último...
Grande beijo e muito sucesso.
Deus abençoe!!!

Querida Miriam, quero que saiba que fiquei muito honrada com o convite.
Muito obrigada viu?
De coração.
Beijocas,
Pepper