terça-feira, 1 de março de 2016

E se fosse verdade - Marc Levy

Você com certeza já assistiu ao filme certo? Se não assistiu vai assistir depois da resenha do livro. Sim existe o livro e não, não é parecido com o filme. É um livro francês escrito em 1999 e seu título original é “Et si c’était vrai”.
 
 
Sou totalmente contra adaptações muito diferentes sabe? Elas de certa forma mudam a história e isso não é legal... Se fosse com um livro meu, eu não sei se aceitaria tão facilmente, ficaria chateada de início e depois passaria a aceitar a releitura da minha obra... Talvez...
 
A idéia geral é a mesma, uma médica interna do hospital Memorial de San Francisco, a Lauren (a começar pela mudança dos nomes não me agradou nada) sofre um acidente e entra em coma profundo. Até aqui tudo bem, mas o desenrolar da história é que não para de mudar.
 
Arthur é um arquiteto, é bem financeiramente e rompeu seu relacionamento não faz muito tempo. Paul é seu amigo e sócio, nada de um psiquiatra de nome Jack.
 
Lauren certa noite está retornando de um plantão de muitas horas, está em alta velocidade, cansada e sonolenta, ao chegar em casa vai direto para cama. No dia seguinte pula da cama cedo, passaria o fim de semana em Carmel com os amigos. No caminho sofre um acidente horrível, eram seis e meia da manhã de um sábado quando seu Trimph começa a girar diante da imensa fachada do edifício de Macy’s. Tudo acontece de repente e Lauren é lançada para fora do carro. Ela está inerte.
 
No inverno de 1996 Arthur chega em seu novo apartamento e começa a esvaziar as caixas espalhadas pelo aposento. Mais tarde depois de tudo pronto foi para o banheiro tomar um banho de banheira e escutou estalidos de dedos acompanhando a música do rádio vindos do armário. Deparou-se com uma mulher escondida entre os cabides. A moça no roupeiro era sua proprietária post mortem. Será que isto existe?
 
Apenas uma frase foi dita para que tudo tomasse um rumo louco e pouco usual: “O que vou dizer-lhe é difícil de entender, é quase impossível, mas se você tiver  bondade de escutar minha história, se tiver a bondade de confiar em mim, então, talvez, termine por acreditar e é muito importante, porque você é, sem o saber, a única pessoa do mundo com a qual posso dividir este segredo.”
 
Sem acreditar na história da desconhecida e ao mesmo tempo achando tudo muito inquietante ele decide ir com ela até o hospital onde ela afirma estar em coma profundo há seis meses desde o fatídico dia do acidente e para sua surpresa, Arthur se vê no carro com Lauren ao seu lado dirigindo-se para o hospital e quando lá chega fica estarrecido. No quarto 505 Lauren estava acamada. Cheia de fios e conectada a aparelhos. Estava mais pálida que a Lauren do armário, mas definitivamente eram a mesma pessoa.
 
A partir deste momento Arthur se ausenta do escritório e mergulha em livros de medicina para entender o que até os médicos desconhecem sobre o coma profundo. A pessoa não está morta, mas também não responde a estímulos, pode escutar, mas não se comunicar. Um coma persistente na maioria das vezes não tem volta, mas em casos raros a pessoa retorna com sequelas ou sem. Um verdadeiro enigma para a medicina.
 
Um dia quando Arthur resolve fazer uma surpresa para Lauren a encontra mal-humorada. Naquele dia enquanto estava visitando o seu corpo ela escutou os médicos induzirem sua mãe a desligar os aparelhos e com apenas 4 dias para tentar voltar do coma e levar sua vida normalmente ela se vê largada a própria sorte, segue-se uma corrida contra o tempo e Arthur resolve fazer algo inusitado e claro, Paul seu amigo é forçado a colaborar deste plano maquiavélico. O que vocês acham que acontece?
 
Minhas queixas: no filme ela é loira de cabelos curtos (Reese Witherspoon) no livro é morena de cabelos longos.
 
No filme o nome dela é Elizabeth no livro Lauren.
 
No filme ele se chama David e é paisagista (Mark Ruffalo) no livro É Arthur e é arquiteto.
 
No filme ela tem irmã e sobrinhas. No livro é a mãe e a cadelinha Kali.
 
No filme ela não sabe quem é muito menos que está em coma, só sabe que não está morta. No livro ela sabe quem é, que está em coma, o hospital e como tudo aconteceu.
 
No filme o amigo de David, o Jack é o JJ antigo namorado da irmã de Elizabeth. No livro ele é Paul, sócio de Arthur no escritório.
 
O mais enraçado: no filme ele só consegue vê-la porque iria conhece-la no dia do acidente. Um encontro às escuras na casa da irmã dela. No livro ele só a vê porque alugou o apartamento dela.
 
Não creio que sejam detalhes “bobos”, acho que muito da história ou tudo foi mudado apenas permanecendo o fato dela ser médica e estar em coma. Ok, sou chata, mas acho que adaptações quando muito diferentes “estragam” a história. Antes de ler o livro este era um dos meus filmes preferidos, continua sendo é claro, mas tenho certeza que se fosse seguido à risca também seria perfeito.
 
Resumindo: deixo as conclusões para vocês leitores, espero que gostem do desfecho, eu gostei mesmo não aprovando rs...