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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Eu estive aqui - Gayle Forman

“Agradeço a Susy Gonzales que inspirou este livro. Quem me dera tê-la conhecido, e não a personagem que criei graças a ela. Os pais de Susy me disseram que, quando viva, ela sempre tentava ajudar as pessoas. Talvez, mesmo agora, continue a fazer isso”. Gayle Forman 
Ainda digerindo esta história impactante inspirada em uma jovem. Gayle escreveu um artigo certa vez sobre jovens mulheres que haviam se matado e ela acabou “conhecendo” Susy Gonzales que já estava morta há alguns anos, ela dedica o livro para Susy 💟
 
Susy era uma garota de 19 anos inteligente, criativa, carismática e inconformista, não uma pessoa que cometeria suicídio. Só havia um único problema: sofria de depressão. 
Ainda agora fico imaginando a dor, o aperto no peito, o fato de não conseguir a reposta que precisava, ela procurou ajuda no centro de saúde da universidade, mas acabou escolhendo o grupo de “apoio” que vou mencionar logo mais.
Demorou ainda dez anos depois deste artigo ser publicado para “Eu estive aqui” nascer e Meg ser criada baseada em Susy.
Cody e Meg são unha e carne, pelo menos esta é a definição que todos conhecem. São as melhores amigas, pelo menos isso era o que Cody achava até receber um e-mail de Meg pedindo perdão por não aguentar mais viver e se despedindo da amiga. 
Como assim? Meg premeditou tudo: comprou o veneno mais letal para não ter falhas, deixou uma gorjeta generosa para a arrumadeira junto com um bilhete dizendo para chamar a polícia, não mexer no corpo e para os responsáveis o manusearem com cuidado e programou dois e-mails para serem enviados algumas horas após a sua morte. A princípio Cody não acreditou, mas o que parecia uma brincadeira de mal gosto tornou-se a dura realidade.
Resolvendo fazer um favor para os pais de Meg, Cody vai até a faculdade buscar os pertences da amiga e lá acaba descobrindo coisas sobre ela que nunca imaginou.
Vocês sabiam que existe grupos de “apoio” para suicidas? Isso mesmo, você entra nos fóruns e eles te parabenizam pela escolha que fez em tirar a própria vida. Eles explicam quais as reações dos venenos, os métodos mais eficientes, onde consegui-los e ainda amenizam sua culpa explicando que os que ficarão como os pais, irmãos e amigos se sentirão muito melhores sem o seu peso morto na vida deles... Triste não?
Cody ficou horrorizada ao descobrir e foi vasculhando até conseguir se envolver, esclarecer, entender e perdoar Meg e a si mesma. Ela se sente culpada por não ter percebido indícios na amiga, de que ela iria fazer algo tão perverso.
A história é simplesmente maravilhosa. É triste, trágica e profunda. Só o fato de saber que pessoas estão sendo enganadas por outras que se aproveitam de sua vulnerabilidade parte meu coração. Pessoas perdidas em seus problemas, agoniadas com a depressão que nada mais é do que uma doença muito séria, recorrem a estes grupos para amenizar suas dores e querendo uma explicação para acreditarem que estão fazendo a coisa certa. É uma guerra dentro de si, uma parte querendo morrer e a outra tentando subir a superfície, um último suspiro... Suicídio não é coragem, é covardia. Covardia com os entes que ficam, covardia com o próprio corpo, covardia contra a própria pessoa, é bem mais simples resolver os problemas pedindo ajuda do que tentar resolvê-los acabando com tudo. Existem duas opções sempre: resolver seus problemas, ou, acabar com a própria vida, mas se fizer isso.... Você perde...
Viver é trabalhoso, é difícil, pesado e até um fardo para muitos, todos nós temos nossos dias ruins, nossas fases de derrota, de tudo dar errado e de que nada funciona, mas passa.... Tudo passa! Isso faz parte da vida, do nosso aprendizado, nossa visão de mundo, nossas escolhas, nossa fé.
Existem duas faces como num espelho, uma que seria a vida que não é fácil, a caótica e a  outra, a possibilidade de uma vida plena e feliz, uma questão de escolha, vai depender apenas se você quer sair um vencedor ou se quer ser um derrotado!
Cody descobriu...